CAIÇUMA DA LIBERDADE

Vamos pegar nossa caiçuma,

E na dança beber para encontrar,

A força que vem da floresta,

da mata, da terra e do nosso rio-mar.

Ouvir o conselho dos anciões

Sabedoria neles vamos buscar,

Na aldeia o povo está em silencio

Aprisionados em seu interior, o canto não vai entoar.

Os guerreiros se preparam para lutar,

O jenipapo indagando se enfureceu,

Soltou tanta tinta que a pele do guerreiro enegreceu,

O urucum na cara do "índio" enraivado apareceu.

A pele já foi grafada,

Pra lutar já está preparada,

Somos poucos mas mantemos a união,

Não queremos guerra, mas não abandonaremos os irmãos,

Pra essa dança chamamos mais nação.

Vem! vamos dar as mãos?

Os meninos já não brincam no igarapé,

Na mata o curupira deixou um sinal,

Os filhos de topã precisam de liberdade.

Prisão! Pra todos ela sempre faz grande mal.

Aumenta a revolta e deixa agressivo até um animal.

Respeitem aos povos da terra!

Que por tempos resistem a guerra,

Justiça! O que dizer dessa senhora que já nasceu cega?

Não sou "letrado" mas meus 70 anos não nega,

A experiência em ser liderança minha alma carrega!

Liberdade aos Assuri, seu lugar não é uma cela!

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 25/07/2015
Reeditado em 25/07/2015
Código do texto: T5323402
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