REFLEXÃO SOBRE CRIAÇÃO, FILHOS E PAIS

Ser pai, antes do tudo é um dever,

Que a bíblia impõe, ao que nela crê,

É benéfico, é divino, é salutar...

Ser pai é uma tarefa brilhante,

Sobretudo gratificante,

Criar, formar e educar.

É a geração que o amanhã gera,

Que trará a paz, assim é o que se espera,

Que porá fim às guerras, a tanto lutar...

Pois ninguém pediu para vir,

Todos é que vivem a pedir,

Um filho para o acompanhar.

Tal filho, ainda na juventude,

Tem ideias próprias e, numa atitude,

Tende a um caminho trilhar...

Deus que o proteja e o ajude,

Para que o caminho da virtude,

Ele escolha e passe a usar.

E a vida continua, vai em frente,

E o pai não tira o filho da mente,

Dá nó em relâmpagos para o ajudar...

Faz dívidas, compromissos, enfim,

Cuida para que o filho assim,

Cresça sem muito lutar.

Deixa de comer um doce,

Dá-o ao filho como se fosse,

O próprio pai a degustá-lo...

Veste-se mal, economiza,

Um par de sapatos, uma camisa,

Mas ao filho, só pensa fartá-lo.

Quantas vezes deixa o leito,

Para ver se do filho, o peito,

Não está a se resfriar...

Ou se a coberta que o envolvia,

Não estava bem ou estava fria,

Sempre a se preocupar.

Que esperar do filho no amanhã,

Quando já fores um ancião,

Que irá te proteger?...

Ou deves fazer uma economia,

Para que numa noite fria,

Não venhas de frio morrer?

A criança de hoje é o ancião do amanhã,

Que nasce, cresce e no afã,

De produzir, criar e saber...

Depois que tudo deu,

Criou e apreendeu,

Em vez de paz, vem o sofrer.

Abandonado em uma casa “fria”,

De longas noites e infindáveis dias,

“lar dos velhinhos”, assim é conhecida!...

Longe dos filhos que tanto amou,

Que outrora só neles pensou,

E hoje, por eles é esquecida.

Então o que fazer agora,

Fazer o que sempre se fez outrora,

Ou tentar mudar a criação?...

Em vez de carinho, dar o que?

Em vez de proteção, o que fazer?

Pra no final não ter a solidão.

O tratamento paterno é imutável,

O filial é que é lamentável,

Cheio de surpresas e decepções...

O filho só entende quando os coitados

Os pais, já foram sepultados,

Magoados, cheios de desilusões.

A estatística que não é falha,

Reflete os dados, e num fio de navalha,

Diz que o amor filial acabou!

E o que fazer para mudar a situação,

Usar escolas, cadeias ou o coração?

É tempo de mudar: o que passou, passou!

Vamos dar mais amor aos velhinhos,

Tirar-lhes do caminho, os espinhos,

Dar-lhes uma força a mais...

Absorvamos aquela inteligência,

Que ele acumulou com paciência,

E teremos interiormente a paz.

Avelino Malacarne
Enviado por Avelino Malacarne em 29/07/2015
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