CONFLITO

Quero chamar minha alma à razão

Mas está difícil, missão delicada

Escorregadia tropeça e cai em caminhos

Oleosos custando a levantar

A alma é livre, desgarrada, destemida

Rodopia em felicidade enternecida

Abrindo seus braços para o abraço

Jogando-se com volúpia saciando

A queixosa saudade absoluta

Seu óleo é perfumado, desejável

De envolver seu corpo louco

Como o aroma natural do seu ser

Sonhadora inquestionável

Tenta com veemência a razão

Fazer pisar pouso ponderado

Retirar o brilho do seu olhar

E suas luzes multicoloridas apagar

Guerra da consciência

Versus a subserviência

Da racionalidade e a amabilidade

Da geleira e do vulcão

Dos passos cronometrados

Com os segundos desconexos

Conflito temido, perdido, sem partido

Irrequieto, triste, emocionante

Suspirante em emoções cantantes

Cada nota, cada voz, cada troca

Vivenciando mais um dilema anunciado

Sabe-se lá para onde a estrada chegará

Se na mansidão da alma entregue

Sujeita aos delírios deslumbrantes

Ou ao caminho da razão imparcial

Estagnada com requinte de monotonia.

Tenha pena de mim...

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 02/08/2015
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