O SOM DO CHOCALHO

Meu canto fala de luta,

Do encanto do lugar,

Fala da dança sagrada,

Do amor em cada olhar.

No chocalho eu tiro o som,

O som do meu pulsar,

Pulsa em mim o desejo,

De ver meu povo caminhar.

Dança povo guerreiro,

Dançamos pra festejar,

Festejo meu céu de estrelas,

Que kanata ayetu nos deu para orientar.

Chocalho a doce infância,

Vejo nela a nova geração,

De ser meu amanhã,

Continuando a árdua missão.

Não sou a descendência,

Sou a cultura forte a gritar,

Em meu ser a resistência Kambeba,

Até a 14ª geração não deixará de se afirmar.

Não vivemos mais como antes,

Mas, temos a memória de quem contou,

Que somos um povo guerreiro,

Porque o tempo e a cultura em nós não estagnou.

Recontar a nossa história,

Abrir a memória,

A literatura é nosso motor,

Na linha das eras, nos versos pensando eu vou.

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 09/08/2015
Reeditado em 11/03/2016
Código do texto: T5340870
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