ALMA VAZIA

Já tive a alma vazia,

minha vida sem poesia,

sem nada dentro,

já fui Santo de Altar.

Tive sonhos de menino, meu alento,

me cansei de tanto esperar;

Já andei pelas ruas moribundo

das calçadas vagabundo

bêbado à cachaça a cheirar.

Corrompido pela vida,

maldita, não me deu guarida

pus-me nas ruas à morar.

Não tomo banho, não quero!

A mulher que mais venero,

não me quer, ai de mim...

As vezes me desespero,

busco dar cabo de mim.

Covardemente não me quero,

quero morrer, sou assim....

Desesperado e sozinho

procuro voltar ao meu ninho

lembrar-me de quando menino

sonhava com o meu Mundo

mas hoje, um vagabundo.

Tenho Vergonha,

por ser assim.

Sou assim de Alma vazia,

traço riscos de Poesia

nas paredes, no chão,

escrevo com o coração

todos riem de mim.

Poeta Vagabundo,

todos me chamam assim,

mas minha alma de Poeta

não se importa

vai até o fim.

Escrevo Poemas rudes,

sem dó e com atitude.

Poemas de Alma vazia

escrevo em papéis amassados,

dobrados e remendados

tirados do chão escarrado.

com pedaços de carvão.

Coloco o papel alisado no chão

e com riscos delicados

escrevo com emoção.

Mas à noite quando durmo

essa é minha maior pena,

o vento bate leva embora,

e assim perco o Poema.

Muitos rirão de mim,

não farei mais assim.

Este que escrevo agora

guardo-o no meu sapato,

Não o perderei tenho Certeza.

E a Noite com Delicadeza

traz-lhe a Morte como Fortaleza.

Não perderá o Poema.

Essa é sua maior Pena.

Seu corpo ficará vazio,

duro, sem vida... frio.

NELSON TAVARES

Nelson Tavares
Enviado por Nelson Tavares em 12/08/2015
Código do texto: T5343905
Classificação de conteúdo: seguro