Sóis

Um dia vou embora

Não sei se hoje, nesta hora.

Para quem sempre esteve fora

Carregando os sóis de agora

Estudante sem cadernos ou escola

Sacerdote sem deus ou sem estola

Com poucos sonhos na sacola

Com o desapego frio da pistola

Pobre livro, pouca história,

Tristes versos, triste trajetória,

De ser expurgo, ser escória,

Sem uma linha introdutória.

Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos.