ALMA DE TIGRE

Brada um rugido em meu peito

Entrecortando o silêncio da minha apatia

Reivindica com afã, o perdido respeito

Que hora mora, no ócio do meu despeito

Fruto das escolhas, do acaso e dessa utopia.

Brada um rugido perdido

Aprisionado no cotidiano das falhas

Vaga oculto, tísico, em agudo esquecido

Na cegueira imposta ao vencedor vencido

No heroísmo que não conquista medalhas.

Brada um rugido indomado

Que insiste em jamais desistir

Esforço tíbio de um orgulho velado

Cárcere frio do otimismo negado

Vós oprimida que não quer sucumbir.

Brada, erguendo-se da imortalidade

Conferida aos sentimentos verdadeiros

Em meio ao mar da materialidade

Contempla ainda, sonhos de felicidade

Navegando como o ultimo dos marinheiros.

Brada altivo, meu rugido selvagem

Em um começo que não conhece o fim

Tenta anular a distorcida imagem

Estagnada entre o receio e a coragem

Revelando o Tigre que ainda habita em mim.

Ciro Bevilacqua
Enviado por Ciro Bevilacqua em 31/08/2015
Reeditado em 22/08/2017
Código do texto: T5366154
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.