ALMA DE TIGRE
Brada um rugido em meu peito
Entrecortando o silêncio da minha apatia
Reivindica com afã, o perdido respeito
Que hora mora, no ócio do meu despeito
Fruto das escolhas, do acaso e dessa utopia.
Brada um rugido perdido
Aprisionado no cotidiano das falhas
Vaga oculto, tísico, em agudo esquecido
Na cegueira imposta ao vencedor vencido
No heroísmo que não conquista medalhas.
Brada um rugido indomado
Que insiste em jamais desistir
Esforço tíbio de um orgulho velado
Cárcere frio do otimismo negado
Vós oprimida que não quer sucumbir.
Brada, erguendo-se da imortalidade
Conferida aos sentimentos verdadeiros
Em meio ao mar da materialidade
Contempla ainda, sonhos de felicidade
Navegando como o ultimo dos marinheiros.
Brada altivo, meu rugido selvagem
Em um começo que não conhece o fim
Tenta anular a distorcida imagem
Estagnada entre o receio e a coragem
Revelando o Tigre que ainda habita em mim.