CIDADE ALERTA

A cidade está em trevas

Nem o sol apareceu

As estrelas

O azul

As cores

Apagaram-se

Os sorrisos amarelados

As praças vazias

As ruas vazias

Vazios todos os homens

Vazios os meus poemas

Muitos vazios enchem o espaço

Porque a cidade está alerta

Espreitando alguma coisa

Diferente daquilo tudo

Que o mundo da visão cosmopolita

Digere e alimenta

Todos os viciados e dependentes

Que a metrópole esconde

Nos rostos belos

Nos castelos

Nos templos

Nas escolas

Nos melhores berços

Por trás dos terços

Dos beijos e dos abraços

Dos laços

Dos percalços

Da vaidade

Do descontrole da razão

Da crise da emoção

A cidade é uma fogueira

Parecendo arder em brasas

Alerta

Sempre alerta

Porque todo santo dia

A delinqüência caminha

Muitas estórias e fatos

Muito choro

E o retrato

Da cidade não é de festa

É uma cidade

Em ruinas

São ruinas em alerta

Pessoas que boquiabertas se apavoram

Esbugalhando os olhos e o coração

Parecem chamas apagadas

Ardendo em esperanças

Numa cidade em completo descontrole

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 28/09/2015
Reeditado em 16/06/2016
Código do texto: T5397539
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.