Equilíbrio

Equilibro-me sobre a tênue linha

que separa o cético do certo,

o escolhido do ordinário,

o crente do desconfiado,

o justo do iníquo,

o compreensivo do hipócrita,

o amoroso do cafajeste,

o fiel do promíscuo,

o apaixonado do idiota,

o ateu dos filhos de Deus,

o poeta do impassível.

Da realidade desconecto ao definir-me,

tanto quanto quando paro para pensar nas estrelas brilhando,

mas volto a sentir-me seguro ao me lembrar de que sou apenas humano.