Se eu pudesse...

Pudesse eu agora sair desse escuro,

Ignorar os muros,

Seguir o vento...

Arrancar com as minhas mãos

A calceta que me prende

Aos meus julgamentos!

Pudesse eu agora invadir outros mundos,

Ou simplesmente

Minha própria alma...

Estou cansada de ter calma

Não quero nada que consola

Quero cair, levantar, continuar...

Arrancar o trapo que me veste

Correr ao encontro do sol, ao leste,

Me vestir de luz onde ele nasce

Onde eu renasceria!

Fazer tudo diferente

Abrir a porta

E tomar toda essa chuva

Que cai lá fora!

Gritar com toda minha força

O merecimento de ser feliz!

Chegar ao cais do porto

E seguir o exemplo do mar

Que no seu infinito esforço de ir e voltar

Devolve tudo o que não lhe agrada

E mesmo assim tem sua beleza, força e magia

Admiradas!