O que impera além do véu da vida

Um passo,

Nada mais figurativo que isso para representar a condição humana.

Encontrada em um limite tão escasso

Não sendo sustentada em superfície plana.

O homem está fora do eixo,

Por sua ignorância orgulhosa,

Ou talvez por sua inocência indiferente,

Diante da vida e Natureza ele se porta com desleixo

Em sua caminhada penosa, sem amor, arte, brilho ou prosa

Sua pulsação, desarmoniosa

O desconecta de seu dever para com o presente.

Almas passam a vida toda,

Envoltas na cegueira – como cegos com catarata

A existência do embrião o ser humano poda

Antes que ela floresça para a qual somente o futuro julgará

Se a mesma se mostrará apta.

A consciência dos filhos do Ser Maior,

Aparenta-se negligente,

Pois não impõe dever ou virtude alguma ao nascimento do humano melhor

Assim não condizente a todo o ecossistema vivente,

Que teimam os pobres e tolos a esbravejar:

“Não são problemas de relevância e responsabilidade do prior”.

Homens são mansos,

Homens são feras,

Homens são escravos,

Homens são reis

Homens o dizem: “Somos nosso próprio Deus! ”.

Acima de teor religioso ou espiritualista,

O homem não é maduro para governar a si mesmo,

Porque em sua andança detalhista e cubista

Composta a esmo

Oposta a definição minimilista,

E que ainda assim é complexa – ainda que em vários aspectos vazia –

Ignora o dever de preservar a Natureza que é alimento a cada criatura

E ele mata a sua própria espécie por inanição, que no passado

Ele jamais comprazia,

E muito menos no presente e aos indícios, no futuro

Criando uma caricatura

Da espécie que se orgulha e respectivamente não atura,

Por assim dizer o filho foi assassinado:

“Sua criação – genialidade e grandeza”

Pelo pai defasado

A justificativa da construção de progresso

Sobre o frágil e inocente pedregulho.

O homem é forte e sábio,

Ainda que na ponta contrária do cume seja imaturo.

E porque com união não é possível fazer a diferença?

Por essas mesmas reles e banais diferenças,

As chamadas arcaicas crenças

Que dispersam as amizades nascidas das diversas convivências

Seria o ciclo eterno de sofrimento e regresso, sem a possibilidade

De resiliência?

Loucura, razão, ilusão ou verdade?

Após partir,

Caberá a quem a fortuna trocada por paz e calmaria?

Sua impressão remanescerá ou fadada estará a esfarelar?

Poderá seu espírito sorrir,

Ou em suas próprias falhas se atormentará?

A vida é bela,

Porque existe algo que é só dela:

“A paixão, a dor, a felicidade, o amor, a alegria, a euforia, a morte! ”

Ao mesmo tempo detentora de aspiração maior, planejada

Antes mesmo de ser concebida,

Como uma vela inanimada sem consorte.

Independente disso, com um sentido e propósito

– A subsistência dos simplórios e escassos momentos de genuína felicidade –

E não somente isso, a senda da evolução

A qual toda vida tem sua história desse ponto de partida,

O significado do alento apósito

A água da eterna fonte cristalina

Para todo e qualquer criminoso e pecador

Cabe a ele o dom da redenção.