Olhos serenos

Através do tempo,

Vejo a transição da vida, com renúncias e escolhas,

Esse sussurro que carrega o sentimento – um advento

Dos mistérios maiores visto nas grandes e nas pequenas folhas.

Estes medos que comprimem o coração,

Que fazem a mente fraquejar, se romper,

Essa fria e cruel sensação

Com a força latente deveremos combater.

Os olhos serenos,

Que acreditam que a chuva traz a benção,

Ou que da guerra escaparemos

Se mostram com sua pessoal noção.

Ainda prefiro acreditar,

Que nem todo confronto será vencido pelo poder divino,

Talvez eu ouse me enganar

E levarei este ideal até onde for preciso.

Porque repulsiva é a maneira como as coisas do mundo,

Estão sendo levadas,

Esse buraco negro profundo

Cria mais e mais chagas,

Tanto quanto o sentimento oriundo

Contido na lâmina de uma adaga.

Creio que a paz que venha do amor,

Seja uma paz duradoura.

Entretanto dos dias atuais o clamor

É pela lei da tesoura.

Das cinzas renascerão novas percepções,

Não sem antes, que inocentes sejam alvejados,

E no caos do embate entre nações

Os limites do homem serão novamente testados.

Se mostrará serenidade em teus olhos, e muitos verão a esperança,

Os horrores certamente trarão seus demônios,

Que deverão vencidos em luta interna, pela perseverança

Nada mais será sútil, o sangue fervilhará com seus hormônios.

Porque a ilusão da falsa paz,

Infelizmente hoje, revela-se pela descrença, a desavença,

O equilíbrio e razão legado e conquistado se desfaz

O caminho do homem pode ser ou não sua penitência.

E quem irá julgar,

Se agora ninguém está apto a ser juiz,

Nem os mansos, nem os desbravadores

Pelo que pôde-se observar,

A raiz

É a causa dos lutadores, de suas dores, angústias e seus penhores.

Ninguém realmente, pode deter uma verdade,

Para sobrepor a toda a vida, a toda motivação,

Cada indivíduo possui sua peculiaridade

Todo ser humano responde por seu coração.

Ainda que a guerra venha a eclodir,

Anteceder a extinção,

Ou mesmo construir

Sobre a dor e a miséria, um novo tipo de emoção

Sabe-se lá o que causará e resultará

Uma nova perturbação,

Um caminho inevitável abrindo caminho para evolução.

Em nossa consciência,

Repousa a resposta que cada um dará,

Para marchar rumo a nova forma de convivência

O destino, o acaso decidirá.

E aquele que se manter alheio ou neutro,

Cedo ou tarde, será levado a tomar lado, partido,

A menos que o mesmo se veja

Como eleito – da sobrevivência pela luta ou resignação.