Casa de Palha

Amanheceu chovendo no sertão

Aquela chuva miudinha

Chuva de molhar o chão

Uma casinha de palha

Deitado no meio das canga lhas

Em uma esteira de palha

Café quentinho na mão

Morava ali um cidadão

Contemplei aquele caboclo

Rude feito um touco

Feliz por convicção

Não reclamava de nada

Ao contrario esbanjava

Amor e atenção

E na sua simplicidade

Tinha a caridade

De dividir com o irmão

Tudo do pouco que tinha

O aconchego da sua casinha

Uma xícara de farinha

Um prado de feijão

E ele sempre sorrindo

Parecia esta evoluindo

Com toda dedicação

Sair dali arrasado

Sentindo-me culpado

Mas aprendi a lição

Que a felicidade não são bens

É aquilo que se tem

Dentro do coração

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 09/01/2016
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