Casa de Palha
Amanheceu chovendo no sertão
Aquela chuva miudinha
Chuva de molhar o chão
Uma casinha de palha
Deitado no meio das canga lhas
Em uma esteira de palha
Café quentinho na mão
Morava ali um cidadão
Contemplei aquele caboclo
Rude feito um touco
Feliz por convicção
Não reclamava de nada
Ao contrario esbanjava
Amor e atenção
E na sua simplicidade
Tinha a caridade
De dividir com o irmão
Tudo do pouco que tinha
O aconchego da sua casinha
Uma xícara de farinha
Um prado de feijão
E ele sempre sorrindo
Parecia esta evoluindo
Com toda dedicação
Sair dali arrasado
Sentindo-me culpado
Mas aprendi a lição
Que a felicidade não são bens
É aquilo que se tem
Dentro do coração