Bala perdida

A vida com seu cardápio de surpresa,

Firme, qual terra, instável, como mar;

Aí, o pão indevido se acerca da mesa

Fazendo me buscar com brasa acesa,

Uma cigarrilha que nem devo fumar...

Cheio está o ar das armas químicas,

Na guerra suja dos desejos malsãos;

E os gestos fortuitos soam a mímica,

Onde existe já, a propensão anímica,

Inda carecem de vento, cisco e grãos...

Não digo que inocente, nada espalho,

O pássaro voeja soltando o seu canto;

Às vezes, pouso mira em certo galho,

coisas que para alvo definido espalho,

outras, o ouvem passivas, entretanto...

Assim, miro em Maria e acerto Teresa,

A densidade demográfica dessa vida;

Requer dos destros a maior destreza,

Buscando alegria fomentamos tristeza,

É sempre um risco, a tal bala perdida...