Ódio

É um tanto esquisito.

Força-me, se apodera.

É um conflito infinito

Que nos mata, que nos enterra.

Que me tira a razão quando só me afasto um pouco dela.

Que rói qualquer sensação de ter um novo encontro com ela.

Gentilmente, amigável, com um cardápio de conversas belas.

Com o tempo, inimaginável, nos encontra em infinitas guerras.

É também um Deus estranho, aclamado pelos fracos.

Às vezes, um demônio, acariciando nossos fracassos.

Uma entidade muda, mas com nossa própria voz.

Que guiamos e criamos, que nem serve a nenhum de nós.

Que nos manipula e nos revela,

Mas que nos mata e nos enterra,

Que só nos presenteia seu verdadeiro rosto

No fim do teatro de qualquer guerra.

Que, por fim, de mãos dadas com a tristeza,

Nos abraça, nos zela.

Sorri com falsidade, mas com delicadeza,

Que nos mata e nos enterra.

Vinicius Salles
Enviado por Vinicius Salles em 06/02/2016
Código do texto: T5535543
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