Os deveres de casa

A ambígua vida e o seu desconforto,

Se exibe com suas taças meio cheias;

Nos prazeres que franqueia ao corpo,

E que a alma hígida detém em cadeias...

Essa dupla lente que vê perto e longe,

Conforme a gente direciona as vistas;

Ora, traz, sério ascetismo d’um monge,

Ora, a inconsequência, dos hedonistas...

Contudo, cada vez que abaixo os olhos,

Por coisas efêmeras como meras bolhas;

A consequência exibe os viçosos molhos,

Na maturação dolorida das más escolhas...

Mas, tocar o mal nem é assim, todo mau,

Ao menos atesta que certa noção, se tem,

Pior é a devassidão insana, e, cara de pau,

Que sem noção, redefine o mal como bem...

A ignorância, pois, é uma voluntária jaula,

Na escolha do réptil, que deplora sua asa;

Pois, ao atento cada dia de vida é uma aula,

Donde, ainda traz, alguns deveres pra casa...