Diálogo Com Hipátia
Pobreza amiga, amiga
É pobreza reduzir-se
Reduzir o mundo
Esquecer as dissonantes
Nuances e matizes
Morrer sem vê-se todo
No ventre, no berço preso
Sem ver todos ou a muitos por muito
Pois a mente não se expandiu
E toda a variedade sumiu
O peso e o contra-peso, onde estão?
Achar-se grande, grande
Ainda criança em vida avançada
(Com olhar de ciclope)
É pobreza não saber que os sábios caolhos já morreram
Ter a lente tão fosca
Tão única e orgulhar-se (é pobreza)
Ser na caverna o inquilino de Platão (...)
E por vontade ou rebeldia, não Dele
Dia desses amanhece, Hipatia
Se descobrem as sombras, às sombras, (...) assombra-se!
(...)
O sol lá fora, a lua, outras verdades
Verdades iguais e de iguais mais sólidas
Nobres
Talvez um mundo mais triste do que era naquela Caverna.
Porém, realidades e não sombras
E assim
Pode-se até morrer triste
Mas não iludido, nem pobre
E pobre assim não é nem pobre nem tão triste
Fora isso, Hipatia
Serão poucos neste mundo os livros que se leiam
Qual Alexandria incendiada
Eles não salvarão ninguém nem a alma!!
Nem da cegueira
Nem da pobreza
Não, não salvarão
Essa pobreza nossa
É só nossa
Nenhum outro pode salvar-nos
Nem Moisés, nem Aristóteles
Buda ou Gandhi
Nem Paulo Freire
Nem Anísio
“Decifra-te ou devoro-te!”
Para que nascendo gênio, não morras tolo
E sendo tolo
Não reputes e defendas como sabedoria a tolice!
Denny, 29/03/16
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Adenilson C. da Anunciação