Verdade em movimento
E até quando
Ficaremos cegos a verdade?
Até quando faremos dela
Uma simples vaidade?
Apenas para com o outro se ter
Uma, muitas vezes não entendida, rivalidade?
E em meio essa rivalidade
Em meio a essa guerra de verdades
Fingindo ter coragem
Mas se escondendo em sua covardia
Tentando fugir de tudo o que se foi um dia
Sem perceber que isso
É impossível
E que esse falso consolo
Jamais encontraria
Por que não percebemos
Que apenas mudamos de roupa?
Mas que somos em alma
Em essência
Ainda o mesmo diamante
Lapidado ou bruto
Límpido ou escurecido...
Mas jamais,
Jamais esquecido
Pois em nós ele se mantém vivo
Mesmo com outra roupa
Não adianta de nós fugirmos
Ainda somos a mesma pessoa
Clamo com fervor
Com amor e misericórdia
Que assim como de mim
A venda foi retirada
Mesmo parecendo para mim muito tarde
Mas ainda havendo tempo, o agora
Peço que a humanidade também veja
Seja desperta de seu sono
Em que alheia boceja
E demora
E por seus carmas
E suas mágoas
Deixe de se permitir guiar
E enfim somente seja...
Seja livre
Seja feliz
Seja liberto
Seja desperto
Seja consciente
Seja crente no futuro
O futuro que por nós espera
Que independentemente do
Tipo de gente que a gente seja
Mesmo durante eras
Isso não muda
Ou se altera
Que perceba, enxergue enfim
Que não há um caminho da verdade
Nem verdade absoluta
Sem que disso tenha que nascer tanta luta
Tanta disputa
Tanta culpa...
Mas que sim a verdade é o caminho
E que ao trilhar por ele
Pois não há para nós
Outra opção, ou outro meio
A não ser por ele caminhar
Não sejamos cegos
Não sejamos dispersos
Preocupados pelos nossos íntimos
Questionamentos e protestos
Que caminhando estando
Não olhemos para os nossos pés
Nem para o brilho das estrelas
Mas que possamos captar
A paisagem ao redor com clareza
Cada árvore
Cada pedra
Cada detalhe bonito, ou feio
Que nos cause receio
Dor ou alívio
E talvez por vezes até mesmo medo
Que possamos capitar tudo isso com gentileza
Que possamos reconhecer nos detalhes
O tamanho de sua grandeza
E que com gentileza
Com a mente acesa
Possamos apenas caminhar
Pois apenas estagnados
Não podemos ali na estrada
No meio do caminho parar
Ou ficar
E que ao juntar todos esses fragmentos
De verdades ao longo do caminho conquistado
Juntemos em nós esse quebra cabeça
Junto com o nosso passado
Para formar então a verdade de cada um
Aonde não há certo ou errado
Ou senso comum
A verdade é o infinito
E fomos a ele destinados