Sempre de Manhã

Deve acreditar-se no moço

Deve valorizá-lo o esforço

Em carregar a régia esperança

De recomeço, de novas alianças.

O que adiantei quero o reembolso

Alguns pensamentos no bolso

Quero bailar como criança

Mas sentir nos pés os calos das andanças.

A garra de quem luta pelo almoço

A luz que brota no calabouço

Nas almas sem futuro ou lembranças

Encontrando o equilíbrio e a perseverança.

A alegria efervescente dos jovens em alvoroço

A vida primitiva contida no caroço

Das frutas, adoçam as semelhanças

Com um futuro garantido como herança.

Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos