As Douradas Galas
As altas quilhas do firmamento abordais
Lirica procissão de prantos e alados ais
Sangra meu peito em florações reais
No orgasmico gume dos entes sensuais.
Sobre as falenas a rutila dança do acaso
Tece de fino tear os destinos humanos
Cuja fragilidade e orgulhos soberanos
Reverberam no barro do ondeante vaso.
Semelhantes a anjos mau dotados e peregrinos
Os corações voam, em lúbrica candeia,
Povoando de júbilos e de ais a terra cheia
Das mansas madrugadas aos ecos matutinos.
As cobiças rangentes de avaros senhores
O seio da esfera exploram incessantes
O ouro canta a volúpia dos instantes
Adaga de perolas e beijos voadores.
O dinheiro é o deus,ávido comerciante,
Que de Messalina a Diana triunfou.
Sabe-o muito bem o vivente que amou
Do marinheiro ao dono da marinha mercante.
Tudo podeis obter do alado deus louro;
Da moda os berloques aos amores eternos
Se não paga os versos do bardo sepinternos
Azar do poeta; restringe o canto imorredouro.
Dos glaucos céus a aliciante transcendência
Arca cuja opala com os ecos oceânicos
Matiza lumes irisados magnânimos
Melhor beijaras, do yacht na esperiencia.
Motor triunfante, músculos em fúria potente,
Abrindo as vagas roxas e sonoras
Para no coração mitigar a dança estafante
Da morte continua e diária das horas.
Plenos pulmões da maquina adiante
O mar te embala no seio como um filho
Jogo vario e uniforme,alado idílio,
Onde a saga humana triunfa ovante.
E descansar na ilha privativa o lasso
Animo de capitão e não de marujo servil
Seras feliz, mesmo de alma vil,
No coito ígneo do horizontico espaço.