Orlando preto e branco

Eram pessoas cheias de amores

Cobertas por todos os tipos de cores

Estavam ali em busca do viver

Seres humanos que queriam florescer

Luzes e danças deram lugar ao sangue

Derramados pelo chão tão molhado

Corpos escupidos por machucados

Espíritos de dor mortos e enterrados

A Orlando preto e branco

Virou um sinônimo de tanta intolerância

A maldade em pote de fragância

Eles queriam apenas a paz de cor branca

As lágrimas de vidas perdidas

Eram pessoas tão boas e ardidas

Querendo todos pregar a liberdade

E colorir o mundo com a igualdade

Isso foi pouco para os charlatões

Que usam de um certo Deus em vão

Livros sagrados que viram armas

E torturam vários corações

A Orlando preto e branco

Mostrou o lado humano da cegueira

Até quando ficaremos à beira

E virar um pó de areia?

Para alguns, foi um bem feito

Agarraçam-se dentro do peito

E batem forte

Dizendo que mereciam o final desse jeito

Isso é pouco

Para milhares de mortos pela maldade

Isso é a realidade

Que se torna silenciada

A Orlando preto e branco

É a mostra da marginalidade

Do precoceito tão massacrante

Com pessoas humanos e diferentes

Até quando?

Usarão o nome de Deus

Se o Ele prega o verdadeiro amor?

Até quando

Usarão as cores da utopia

Se jogam tudo dentro da pia?

Era um beijo sincero

E virou mortal

Como as milhares

Que morrem pela sinceridade...

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 15/06/2016
Reeditado em 15/06/2016
Código do texto: T5667857
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