É A ÚLTIMA QUE MORRE...

Minha labuta não me permite

Mais conforto do que tenho

Possuo meus filhos para criar

E por eles, me empenho

Ainda pequeno, conheci a enxada

Tantos calos marcados nas mãos

Só brinquei com cavalo de palha

Minha infância morreu no sertão

Carestia sempre tive nessa vida

Meu pai nunca me ensinou a sonhar

Meus bichos morreram de sede

Mas, jamais sai pra furtar ou roubar

Meus filhos também foram sofridos

Porém, sempre os mantive na escola

Liam pra mim, depois de alguns anos

Insistiram. E resolvi aprender agora

Aprendi com os olhos em lágrimas

A escrever meu nome e os seus

Decidi tirar meus documentos

Chorei, agradecendo a Deus.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 16/06/2016
Reeditado em 17/06/2016
Código do texto: T5669008
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