A MENINA QUE MORA EM MIM

Com que ingenuidade tanta

tem pena de mim

que não sendo mais flor

estou fruta madura

que sequer a alimenta!

de olhos diáfanos no meu ocaso

a menina que sofre em mim

move alegrias no moinho

por que bem sabe que rios de elegia

não me fluem por acaso...

com que riso, com que choro

faz um inciso em meu peito

sem nenhum respeito?

Nada !...Nada poderá arrefecer

esse chão escaldante

de obrigações e deveres

que ainda tenho que galgar...

Oh!...Não cresça!

menina que brinca em mim

permaneça pequenina

até que a fruta que sou

apodreça!

Maria Lucia (Centelha Luminosa)

Centelha Luminosa
Enviado por Centelha Luminosa em 04/07/2016
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