A MENINA QUE MORA EM MIM
Com que ingenuidade tanta
tem pena de mim
que não sendo mais flor
estou fruta madura
que sequer a alimenta!
de olhos diáfanos no meu ocaso
a menina que sofre em mim
move alegrias no moinho
por que bem sabe que rios de elegia
não me fluem por acaso...
com que riso, com que choro
faz um inciso em meu peito
sem nenhum respeito?
Nada !...Nada poderá arrefecer
esse chão escaldante
de obrigações e deveres
que ainda tenho que galgar...
Oh!...Não cresça!
menina que brinca em mim
permaneça pequenina
até que a fruta que sou
apodreça!
Maria Lucia (Centelha Luminosa)