APENAS UM

O exagero da maioria cega a paciência;

O medo da vergonha encovarda a ciência;

O futuro era muitos, hoje apenas um;

Eu podia ir a muitos lugares, hoje a lugar nenhum.

Nenhuma mobilidade me tirou daqui,

Todos podem tentar insistir e persistir,

O lugar que fico é aqui, sozinho e comigo,

Onde meu ego é sempre um amigo.

O meu ego, o seu ego, nos distanciam...

Até mesmo quando estamos de bem.

Nunca pensamos que dias ruins viriam,

Mas de qualquer maneira eles vêm.

Nada é moral, nem imortal, sou animal

Da raça que se engana com a mente,

Que destrata toda gente inocente

E só insiste em praticar o mal.

E que visão podemos ter do mal?

Vemos ele em todo lugar,

Aqui ou acolá,

Na varanda e no quintal.

O exagero da maioria cega a paciência;

O medo da vergonha encovarda a ciência;

O futuro era muitos, hoje apenas um;

Eu podia ir a muitos lugares, hoje a lugar nenhum.