UMA SIMPLES MANHÃ DE SOL
Numa manhã de sol, a natureza canta.
Santa é a paz que envolve nossa lida, sofrida.
Numa simples carícia, cabe tanta ternura,
Que dura uma eternidade e cativa.
Suaviza a dor.
Num triste olhar cansado
De um corpo envelhecido,
Há um sonho esquecido no passado, ferido.
Numa casa modesta
Pode haver muito afeto,
Como não há em ricos tetos, em festa.
Se a realidade é uma calamidade,
Sempre há um ideal, que tenta se sobrepor.
Não há felicidade, senão na simplicidade.
O resto é contentamento alternativo
Dos fugitivos do amor.
Numa canção singela, pode haver tal magia,
Cuja harmonia invade nossa alma, e acalma.
Na gente simples do povo,
Que o poder usa e despreza,
Nasce, cresce, vive a esperança, que amansa.
Numa vã tentativa de se mudar o mundo,
Há um profundo esforço, que ilumina
E ensina a viver.