Arte e fome: um desafio entre homens

Engraçada perfeição.

Graciosa simplicidade.

Nas mãos de quem tem o dom, qualquer coisa vira arte

Vejam as praças que brincam lixo e crianças no mesmo espaço

Vejam as águas que nadam peixes e plásticos

Vejam os corais de meninos e meninas

Emocionando mesmo estando estáticos.

Olhem os becos das grandes cidades

E se perguntem como lá vivem pessoas.

Observem os quintais através das grades.

E digam por que os pássaros não voam.

Qualquer coisa vira arte.

Para quem a ela se doa.

Olhem as tristes linhas do saber.

Se arrastando em salas de aulas sem chão

E pense como pode lá prevalecer

Um professor que nunca desiste de sua lição.

Olhe para a mãe desesperada.

Em alimentar 5 ou 6 com fome, ali no canto.

Pense o quanto ela pode estar encorajada.

Em matar ou morrer em nome de tantos.

Nas mãos de quem tem o dom, qualquer coisa vira arte.

A arte de sobreviver na cidade.

De sobreviver entre os homens.

A arte de conviver com a felicidade.

Lado a lado com a fome.

Arte de amar sem nada em troca.

A arte de lhe oferecer gratidão.

A arte de fazer o bem a toda hora.

A arte de viver com o pé no chão.

Geovani Nogueira
Enviado por Geovani Nogueira em 20/08/2016
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