TRÓPICOS
Exausto
Me deito nas areias aquecidas dos trópicos
A água do mar chapinha meu rosto amarelo
Tão suave a mão do mar do meu país!
Suave e quente
quente e terna como a brisa
Terna e carinhosa como o beijo de uma mãe,
Mansa como o rosto da lua
Os últimos raios de sol saem dos meus olhos semifechados
Formam um prisma de cores geométricas e deslumbrantes
Quanto ainda pode me dar minha imaginação?
A sombra da tarde, não espera,
Avança sobre tudo e todos
Caminha sobre o solo pedregoso e estéril das rochas
Vem descendo rumo ao mar
Cobre parte do meu rosto
Cobre já todo meu rosto
Lembra-me que a vida é sombria
Que forças são essas que movem as sombras dentro do homem?
Medo da concepção, da existência fora do útero?
As sombras são forças fora do universo,
Que andam conosco assim que começamos
Nossa caminhada neste mundo
Atrás de nós, ao lado, à nossa frente,
Finjo que elas não existem, mas estão lá
Sempre com a gente, sorrateiras, presentes
Sombras do medo, que vai nos engolir
Assombrações do precipício que nos aguarda logo à frente!