TRÓPICOS

Exausto

Me deito nas areias aquecidas dos trópicos

A água do mar chapinha meu rosto amarelo

Tão suave a mão do mar do meu país!

Suave e quente

quente e terna como a brisa

Terna e carinhosa como o beijo de uma mãe,

Mansa como o rosto da lua

Os últimos raios de sol saem dos meus olhos semifechados

Formam um prisma de cores geométricas e deslumbrantes

Quanto ainda pode me dar minha imaginação?

A sombra da tarde, não espera,

Avança sobre tudo e todos

Caminha sobre o solo pedregoso e estéril das rochas

Vem descendo rumo ao mar

Cobre parte do meu rosto

Cobre já todo meu rosto

Lembra-me que a vida é sombria

Que forças são essas que movem as sombras dentro do homem?

Medo da concepção, da existência fora do útero?

As sombras são forças fora do universo,

Que andam conosco assim que começamos

Nossa caminhada neste mundo

Atrás de nós, ao lado, à nossa frente,

Finjo que elas não existem, mas estão lá

Sempre com a gente, sorrateiras, presentes

Sombras do medo, que vai nos engolir

Assombrações do precipício que nos aguarda logo à frente!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 21/08/2016
Reeditado em 13/04/2023
Código do texto: T5735036
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