ÁRIDO DE AMOR

Árido de amor, perdido em vapores que a terra não pode molhar,

Beijos de película cinematográfica, na tela imaginária dos desejos macarrónicos,

Jogos firmados no revés dos dados viciados a denunciar um perdedor,

Onde quem lança as cartas sobre a mesa é considerado lânguido.

Saliva mélica que na ausência afia-se feito espada terebrante,

E na noite dos desalentados, sou apenas um menino preterido,

Que se afoga nos desejos de um coração encarquilhado,

Tentando ausentar-se dos pensamentos abochornados.

Fuja minh’alma de todo sentimento lusco-fusco,

Que não floresce a cada amanhecer,

E não exala o eflúvio do querer aprofundar-se na mesma direção,

Para espantar os laivos de desapego, e em um abraço criar um mundo sem medos.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 03/09/2016
Código do texto: T5749416
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