Gratuidade
Estende o teu olhar manso e vago,
Contemplas “in loco” essa natureza,
Vede como é bela em seus rasgos
E lenitiva em suas profundezas!
O mar se debatendo nas encostas
Em seu rugido insistente a deleitar,
Os rios que nas suas correntezas,
Estão sempre a procura desse mar.
Oh! Vede esses lagos santuários
As matas de rígido esplendor,
Têm a mesma luz difusa dos sacrários
Onde a pureza canta em seu louvor!
Vede os campos em floridas primaveras
As várzeas, as areias, as inertes pedras,
O sol, a lua, os astros em esferas
E tudo o mais que sobre a terra medra!
Vede os bichos sob toda a espécie
Felinos, anuros, aves e insetos
Que num cio evolutivo gera e cresce
E tudo oferece sem fazer excetos!
Curva-te ó homem, em suprema gratidão
E na humildade, em troca, oferta o bem
Pois mesmo sem saberes a razão
Foi-te dado ainda o sorriso e o perdão!