Amor egoísta

Caminhando à incandescência de minha alma

e rumo aos meus significados,

sem me preocupar com os óculos

ou cadarços desamarrados.

Perdido em meus próprios pensamentos,

minha voz clama por piedade

pelo meu reflexo preso em meus lamentos,

escravos do final da tarde.

Confesso aqui meus crimes

entre a cruz e a espada...

Onde foi meu amor próprio

que me tomou tudo, restando nada?

Ah, essa cataclisma existencial

me tomou o que tinha de especial,

a confiança de que viveria no final,

sobrevivendo ao seu vendaval

e me entendendo afinal.

Certos pontos da vida são complexos demais,

certas linhas não devem ser escritas num diário,

a vida é como um livro de capa bonita e páginas em branco

para serem escritas e jamais esquecidas no armário.