Não quero!
Não quero!
A rebeldia gratuita
Não aceito como causa. É vento morno, sufocante
É céu nublado, escondendo horizontes.
A música dissonante, repetitiva , quebra o ritmo, destrói a alma
Leva ao caos a melodia.
Nego-me a prisão do espírito, a imposição de sonhos
Dos outros, não meus.
Vidas imutáveis, horizontais, emolduradas
Sem a vertigem do inesperado...Que tristes!
Vozes surdas, gritos emudecidos, simbólicas ideologias,
Não mais que falsas e nebulosas utopias.
Não quero!
Que tudo renasça.
Sonho a rebeldia poética
O vento suave das rimas desconexas
A harmonia de sons puros, límpidos
Quero vidas verticais, que sobem e descem
Como devem ser...
Imponho-me vozes amanhecidas, que acolham o sol
Verdades que são crença, são forças caudalosas
A indicar o caminho de cada um.