Dia de trocar ou de tosquiar

O branco é a cor do susto

O amarelo é da vergonha

O verde é do arrocho que a estrangula

Suas veias carregam um sangue já azulado

Respira com sofreguidão, atura e padece

Nas costas uma carga de insensíveis

Sugadores que a premem, oprimem

Parasitas escolhidos de tempos em tempos

E por tempos em tempos vão se perpetuando

Trocam-se os pares e os pares são os mesmos pares

...De sempre.

Ouvi dizer que a lã não pesa para o carneiro

Mas para a ovelha verde amarela

Que leva há anos a lã

Pesa o fardo e ela olha o seu algoz

Seus olhos pedem socorro

Justiça, paz, segurança, respeito

Educação, saúde para os seus,

Direitos que lhes são negados

Partilha dos bens desta terra

Nestes tempos de troca,

É preciso tosquiar a ovelha o mais rápido

Pois a lã também vai pesar pro carneiro

No dia que a ovelha faltar

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 29/09/2016
Código do texto: T5776571
Classificação de conteúdo: seguro