ÚLTIMO DIA
ÚLTIMO DIA
Ainda lembro
No início de setembro
Dizia-se que neste ano era amarelo
Para aquele que queria ver a vida transformada em farelo
Mas setembro contraditoriamente
É o mês que brota a semente
Que o que cai na terra
Não se enterra
O tempo fica fértil
A estação entra no cio febril
Dos acasalamentos mil
Nasce cresce
Floresce
Se rejuvenesce
E se renasce
O dia cheira e brilha
Que nem baunilha
Mesmo que algo tenha sido triste
Ou deixado pessimista
Política falta de dinheiro ou a morte do artista
Ou de uma pessoa benquista
Não precisa da vida ter agonia
Setembro último dia
Não há nada melhor de se ver
No amanhã do outro dia.
Para o fim sempre se adia.
Jorge Claudio Cabral