ÚLTIMO DIA

ÚLTIMO DIA

Ainda lembro

No início de setembro

Dizia-se que neste ano era amarelo

Para aquele que queria ver a vida transformada em farelo

Mas setembro contraditoriamente

É o mês que brota a semente

Que o que cai na terra

Não se enterra

O tempo fica fértil

A estação entra no cio febril

Dos acasalamentos mil

Nasce cresce

Floresce

Se rejuvenesce

E se renasce

O dia cheira e brilha

Que nem baunilha

Mesmo que algo tenha sido triste

Ou deixado pessimista

Política falta de dinheiro ou a morte do artista

Ou de uma pessoa benquista

Não precisa da vida ter agonia

Setembro último dia

Não há nada melhor de se ver

No amanhã do outro dia.

Para o fim sempre se adia.

Jorge Claudio Cabral

Jorge Claudio Cabral
Enviado por Jorge Claudio Cabral em 30/09/2016
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