Diário das Rimas

Não acredito que já são cem rimas agora

Não pensei que escreveria tanto depois daquela hora

Talvez a quantidade não importa

Mas me conforta saber que escrevi tantas palavras

No começo elas eram tão vagas, mal amadas

Na verdade, por mim elas eram um pouco ignoradas

Mas peguei um pedaço de papel de uma agenda

E com um pequeno lápis escrevi com a mente serena

Lendo-a agora, vejo como fora uma rima pequena

Escrevi como se estivesse encontrado a tal "alma gêmea"

Pois então, naquele momento fiz o humilde poema

Talvez eu colocasse até um problema, não sabia no dia

Mas lembro que estava sentindo uma certa alegria

Sei que estava pensando em uma menina

Que por ela escrevi várias linhas

Motivação amorosa eu tinha

Que um futuro de casal com ela, eu pressentia.

Os próximos poemas foram escritos na mesma agenda, sobre amor

E, depois a rima se transformou em um poema sofredor

Almejar ser um escritor, um autor

Mas estar longe de ser um pensador

Talvez caia bem ser chamado de sonhador.

Foi incrível, naquele dia foram escritas seis rimas

Sobre tudo que na época eu sentia

Mas dentre todas, ainda possuo aquela favorita

Mas ela não havia sido aceita de formar compreensível pela sua receptora

Foi debochada em toda sua simplicidade

Porém eu estava com tanta vitalidade que superei os risos

As rimas passaram a não serem mais vistas

Dos olhos da receptora elas foram escondidas.

Mas a felicidade fica por conta do caderno completo

De versos e lembranças ele está repleto

Me alegra em saber que, a qualquer momento ele pode ser aberto

Da agenda para o caderno, do caderno para a rede

Mais e mais versos eu possuo sede, afinal sinto prazer

Em poder descrever o que eu desejo

Nas madrugas, sentado no chão com a caneta na mão, me vejo

São esses momentos que sinto apreço, e quando eu penso

Minutos depois está tudo no papel

Tornando a mente o limite, assim como o céu

Tantas recordações, tantas dedicatórias doce como mel

Se existisse, gostaria de apenas um presente ao Papai Noel

De fazer surgir um sorriso em um rosto triste

E eu sei que tal poder realmente existe

Os palhaços o possuem e eles conseguem transmitir um sentimento

Eles conseguem fazer sorrir quem está abatido.

Acredito que, de tão simples, meus versos são entendidos

Não há necessidade de perguntar aos pais, "O que é isso?"

Mas não é intencional, mas sim por não ser profissional

Desde aquele dia, escrever tornou-se crucial

Dizem que quem possui um diário é uma pessoa sentimental

Eu possuo cadernos com textos, nada muito excepcional

Não enxergo muita diferença entre os dois, a rima e o diário

Vejo como sendo o peixe e o aquário

A rima torna-se o conteúdo das folhas

Onde podem ser guardas memórias boas

Onde são registradas as escolhas

Não sei quando elas irão terminar

Não sei quando as folhas irão acabar

Mas enquanto isso, estarei a dedicar tempo

E escrever contra o vento, com mais poucos versos me contento.