O Mundo Que Criei

Um garotinho que sofria bully na escola

Que sempre era deixado de fora dos grupos da aula

Alguns colegas zombavam dele antes de irem embora

Alguns, em dia de prova, até o obrigavam a passar cola

Todo dia era a mesma cena, revivida

E sempre buscando esconder a tristeza reprimida

Evitar ao máximo a presença dos pais

Sempre dizendo à eles que não era nada de mais

Tentando esconder o que se passava no dia-a-dia dele

Uma rotina de provocações que se tornou normal para ele

Pelo menos fazia seus deveres de casa, afazeres.

Totalmente afastado, recluso

A criatividade o permitiu criar seu próprio mundo

Mas, a dor da solidão sempre o atormentou

Sempre o torturou, e nunca o deixou

Ele cresceu, se formou, e aquela etapa passou

Ficou no passado, trancafiado, e que sempre tenta ser relembrado

O seu passado ele recusa recobrar

As provocações ele já não mais quer passar

Mas nunca uma lágrima derramou

De cabeça erguida ele enfrentou

Mesmo que, vários que se auto intitulavam amigos, o abandonou.

Psicólogo já foi sugerido algumas vezes no passado

Alguns diziam até que eu era perturbado

Outros, que eu era imaturo, espero não errar no futuro

Mas a mudança eu não procuro

Talvez o que fiz e faço, seja apenas um prelúdio

Porém, antes disso tudo

Quero sair desse meu antigo mundo

Preciso respirar o ar puro.

Uma caixa de vidro, invisível

Onde tornei-me o inquilino

Um tronco oco, sem porta

Tornei-me um esquilo, que vive a procura de uma rota

De tanto vê-las, as paredes me desconfortam

Em cada junta, nenhuma brecha, me sufocam

O mundo que criei vai do quarto a porta principal

Não existe tal liberdade, isso não faz parte

Mas não diminui minha vontade de ver a sociedade

Participar da caótica vida que passa pela janela

Quanto mais preso ficar, mais rápido minha vela irá se apagar

Quanto mais tempo for minha estadia, mais curto será minha vida

Gostaria de possuir uma ou duas companhias

Gostaria que tocassem minha campainha e me fornecesse alegria

Bem que poderia acontecer, mas enquanto isso, fico aqui a perecer

Já estou com raízes profundas na construção do meu lar

Por favor, que alguém venha me podar

Que do cimento venha me arrancar

Preciso sentir a vitalidade novamente

Preciso sentir a felicidade como antigamente.

Ah, o Natal

Que ocorra aquele lindo festival

As pessoas festejando, dançando e tal

Este ano, em resumo, foi um pouco mal

Mas me apaixonei, me entristeci, e formei até um casal

Tudo bem que não durou, mas meu coração se animou

Conheci um pessoal agradável, outros nem tanto

Tive momentos memoráveis, mas agora chegou o fim de ano

Sem plano algum para o futuro adiante

Só desejo sair do escuro, e formar um conjunto radiante

De alegrias, tristezas... formar uma harmonia

Formar uma rima bem escrita.