Artificial

O homem anda muito acelerado

É preciso pisar no freio

O amanhã não pode ser ontem planejado

E o hoje não pode esperar pelo que ainda não veio.

Estamos no automático o tempo inteiro

É preciso mais liberdade e autonomia

Não se pode mais ser escravo do dinheiro

Esquecendo que a vida também é sublime poesia.

O mundo está ficando racional demais

A ponto de o homem enxergar apenas o próprio umbigo

Não vê o navio desatracar e afundar ainda no cais

E não pensa no socorro silencioso pedido pelo amigo.

A vida é uma grande viagem

Mas, preocupados em pagar a passagem,

Encabrestados, não conseguimos apreciar a paisagem

Porque precisamos, ao capital, prestar vassalagem.

A intolerância e o extremismo, à humanidade,

Trouxeram grave e contagiosa cegueira

Fazendo da ambição, arma a favor da individualidade

Matando o coletivo, capaz de quebrar essa barreira.

Urge, pois, retomar os caminhos da Divina direção

Porque, inexorável, se nos apresenta a planetária mudança

A fim de realinhar-nos ao real propósito: a evolução

Que nos foi traçada como fonte inesgotável de esperança.

Assim, desaceleremos a nossa egoística existência

E libertemo-nos do status quo social

Que nos obriga a afastarmo-nos da nossa pura essência

Em troca de uma vida que no fim das contas é artificial.

Cícero – 22-11-2016

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 22/11/2016
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