Soneto da Aparência Social

Estampou-se um rosto feliz
E fez pose sem demora;
Ocultou as lágrimas de agora
Cumpriu a lei social que lhe diz:

Pra ganhar “curtidas”, somente
Pessoas tão bem resolvidas,
Com vidas tão bem vividas,
Quem assim não for, aparente!

E então foi para casa chorar,
Curtir seu sofrer em oculto
Nas paredes sombrias do lar,

Sem os tantos amigos de vulto,
Que igualmente estão a clamar,
Desse cárcere, urgente indulto.