Cacos
Cacos, restos de algo que fora inteiro.
Pedaços de vidas dilaceradas e incompreendidas.
Assim como os objetos, o ser humano também é um caco.
Vivendo seu dia a dia, juntando seus próprios pedaços.
Do que me valeria uma existência perfeita?
A vida humana como um simples comentário.
Eu prefiro a lâmina que corta tudo e a todos.
Eu prefiro a flor que se faz destes retalhos.
Do que me serviria a tola imagem de uma vida rica e bem sucedida?
De espelho comprado, de vida clonada eu não preciso.
Quero mesmo é os cacos, porque dos cacos recrio o que fora corrompido.
Quero mesmo é os cacos, porque dos cacos recrio o que não fora compreendido.
Queria ensiná-los sobre a caminhada torpe que o orgulho desencadeia.
Mas o que predomina em suas vidas é a força da riqueza.
Já entre os cacos, o que predomina é a força da pobreza.