Silêncio falado

O silêncio possui muitas vertentes, desígnios ou inflexão...

Nele há alguns picos que nos leva à reflexão; introspecção;

Outrora, a uma indiferença abrupta que angustia o coração;

Mas, nele buscamos desordenadamente apaziguar a alma com resignação.

Tenho muito refletido sobre esse silêncio “contido” ou com resignação,

Muitas vezes gerando mais abismos, ao invés de pontes entre corações contritos.

Um silêncio que multiplica mágoas, que dilacera o espírito dia após dia,

Dividindo e não mais unindo seres humanos submergidos neste sentido...

Na maioria das vezes a indiferença vem abarrotada desse silêncio meio imperfeito.

Um silêncio um tanto absurdo, distanciando o ser humano do mundo e de quase tudo,

Dos seus entes e amigos mais caros, dos dias e momentos mais raros, que não voltam mais,

Por desistir em “quebrar” o silêncio quando se faz preciso, quiçá um "grito" a transformar com amor, a dor chorada na alma.

Um “grito” que exorcize e não cristalize; que traga: nós e a quem amamos de volta à paz.

Silêncio que abraça com os olhos; que nos faz estender as mãos por vezes necessário fazer...

Ah! Nesse silêncio não existe orgulho, apenas “barulho” de alegria sublimado de emoção,

Um silêncio quebrado para sermos autênticos uns com os outros de corpo, alma e coração.

Juliana Martorelli
Enviado por Juliana Martorelli em 22/02/2017
Reeditado em 22/02/2017
Código do texto: T5920109
Classificação de conteúdo: seguro