MATA NATIVA

MATA NATIVA

Cannabaceae, planta de clima ideal.

Variedades, manga rosa, chá de burro.

Falam em bicho voando, surreal.

Lembra, senão falha memória, sussurro.

Ao passo do bêbado trocado, berro, grito.

Álcool, primeira droga, inicia conflito.

Briga com Deus e o mundo, mal agito.

Persona non grata, assoprador de apito.

Muitas ressacas, Raul, o Seixas também.

Logico, associado sempre ao bugalho.

Abstêmio há vinte cinco anos, amém!?

Agora componho caixa, escrevo trabalho.

Índio em sua sabedoria, cachimbo da paz.

Arbusto de mata nativa, sei bem esconder.

Beira estrada, mato fechado, água, crescer.

Néctar da criatividade, uma força a mais.

Como tudo, alcoólatras e afins, qual sou,

tem o que perde senso do ridículo, noção.

Culpa semente pela árvore que derrubou.

Hiperativo, tripolar, déficit de atenção.

Conversa médica, indicação não afronta.

Uso consciente do favor, do pro, do contra.

Por causa dela, hipocrisia, tráfico forte.

Guerra cara e perdida, tal à bala, busca morte.