Quantos de nós

Eu me perguntava: Quantos de nós?

A pergunta ecoava. Uma escuridão sem fim. Uma imensidão.

Meus olhos fechados. Fechados, apertados.

Eu tenho medo. Nós temos medos.

Ainda são tantos vazios.

Há tanto com o que preencher.

Um mundo de opções. Nunca nos basta.

Nada parece mais difícil do que decidir.

Eu tenho pra mim, que é a parte mais dura de existir.

Viver se equilibrando entre escolhas e consequências.

Nada torna mais cruel essa existência.

E toda vez, que é preciso escolher.

A gente pergunta se fez afinal, a escolha ideal.

Nós caímos aqui no mundo.

Aquele mundo, onde não temos o controle.

Disseram que nascemos livres.

E devemos representar. O espetáculo não pode parar.

A vida limita, e obriga a decidir qual papel você quer nesse teatro.

Eu só sei que ninguém me perguntou se eu queria entrar nessa peça.

Eu nem sei mais o que eu queria.

É tanta coisa pra querer, e pra desquerer depois.

E eu não sei, se esse é realmente o papel ideal pra mim.

Quantos de nós?

Quantos de nós iremos passar a vida inteira, sem saber se representava o papel certo?

Thaís Carmo
Enviado por Thaís Carmo em 02/03/2017
Reeditado em 10/02/2019
Código do texto: T5928173
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