A Língua

Olhes dentro de ti e vejas tua falsidade

Promoves intrigas, causas brigas

A harmonia consomes.

Desnudas as ordem, envergonhas a paz

À ira, sei bem. Concedes livre ingresso

Abres as cortinas: um espetáculo indigesto.

Bate-bocas, loucuras, sabeis como detesto

Dirias sorrindo – Não sou culpada.

Mas não olhas interiormente.

Tu és felina, autêntica faca de dois gumes

Sim, o maldito mal da gente.

Pudera! Não tem ossos, causando destroços alheios.

Se revela voraz, quando o outro

Que está lá, dentro do peito

Manda-lhe palavras, através do mensageiro.

E tu falas sobre o que ele está cheio:

Sobre o ódio devorador da nação,

E esta acaba no fim, sem justificar-se o meio.

Juninho Mancuso
Enviado por Juninho Mancuso em 17/03/2017
Reeditado em 17/03/2017
Código do texto: T5943964
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