O Tempo

Passa o sono que não vem

Passa o mês, o passo apressa

Passa a faca e o que convém

E vai pra missa, a ré confessa

Passa a praça, o presságio

Passa o que o amor doou

Passa os dribles nas jogadas

Passa a bola, e agora é gol

Passa os blefes, os macetes

E a flor já desbotou

Passa o rato e, lá no prato

Cata tudo o que restou

Passa a rua, passa a água

Que dentre dedos escoou

Passa o tempo, passa a dor

Passa o réu que se matou

Passa a hora e a roda gira,

Passa enfim o que entalou

Passa o povo que dormira,

E a sorte não vingou

Passa a fome, o cansaço

E o palhaço que surtou .

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 18/03/2017
Reeditado em 20/03/2017
Código do texto: T5944841
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