Lágrimas de um Ateu

Quem sabe nunca mais

eu ouça seu fingido

sono de manhã vendo meus

Passos finos.

Desacostumar com

Essa sua insatisfação

De achar sempre um espinho

Até num doce coração.

Eu poderia até deixar

De sorrir e trancar

Pra sempre em meu peito

O rancor bola de sabão,

Eu fecharia os olhos

E veria o azul do céu

Que guarda o sol

Com o brilho do seu olhar.

A saudade é a minha

Mais nova companheira

Quem sabe a última

No fim dessa carreira

Só um milagre vai

Trazer seus lábios aos meus

Com beijos e carinhos

Sabor de lágrimas de um ateu.

Eu não faria nenhuma força

Para sorrir

Destrancaria o coração

E ver sair a ira

Que não quis mais ser bola de sabão

Então voou e se foi

E seu amor ficou.

27.03.2017 (MP Pirajá)

Malissan
Enviado por Malissan em 27/03/2017
Reeditado em 20/06/2017
Código do texto: T5953681
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