Trinta e seis

Trinta e seis anos, e aí?

As indecisões de outrora, no passado ficaram.

Restam as de agora e as que ainda virão.

Louco pra ir, maluco pra ficar.

Um doido varrido.

Se quiserem... podem me internar.

(Agora chega de rima,

Deixemos as palavras correrem soltas,

Que os versos sejam livres).

Trinta e seis anos, Será?

Pelas minhas contas faço vinte e cinco.

Para alguns amigos do passado, ainda tenho dezenove.

Mas há quem tenha provas de que eu fiz cinquenta e um.

Todos estão corretos.

Trinta e seis anos...

E aquele garoto que ia mudar o mundo, hein, Cazuza?

...

Trinta e alguma coisa...

Os cabelos brancos não negam...

As rugas insistem em aparecer.

A força gravitacional sobre mim parece mais forte do que anos atrás.

E esta roda chamada vida continua girando.

(Nada de folga, menino. O tempo não pode parar. Por isso, viva!).

Trinta e... eu já perdi a conta.

Eduardo Domingos de Lima
Enviado por Eduardo Domingos de Lima em 22/04/2017
Código do texto: T5978393
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