Estou Errado?

Foi no tempo da escola que percebi o quanto minha mente estava errada

Foi no tempo da escola que notei que não me encaixava em nada

Eu tentava me encontrar, tentava me enturmar, mas foi em vão

E por muito tempo, a única que me fez companhia foi a solidão

Eu só queria ter alguém para falar sobre os assuntos do dia-a-dia

Vários desenhos sem destino na mesa foram concebidos

Passava as aulas apenas admirando os passarinhos por fora da janela,

Desejando um alguém para compartilhar as suas metas

Mas não se tornou real, e mantive uma realidade deserta,

E naquele momento, eu só queria largá-la,

E viver na minha imaginação, repleta de frases prediletas.

Quando me formei, percebi que poucas foram as coisas eu mudei

Continuei sendo o mesmo de quando comecei

Infelizmente eu ainda não conseguia fazer parte daquela sociedade

Tentava de todo jeito, mas não era para ser

Então comecei a criar meus próprios meios,

E assim eu acabei por criar um mundo para mim, perfeito

Os seres estranhos eram aqueles que diziam que eu havia vindo com defeito

O papel se tornou meu amor platônico, que me guiaria através dos anos,

Eu descreveria, sobre ele, os meus planos, os fracassos em encontros, tudo

O mais importante estaria gravado nele, meus sentimentos mais puros

Renegando as ofensas do passado, para construir um texto agradável,

Que eu pudesse ler depois, sem a aparição de uma triste sensação.

Eu ainda me questiono as vezes se estou errado

Se talvez essa vida que possuo, seja de fato, um tempo desperdiçado

Talvez esse pensamento, me faça desistir

Talvez esse pensamento, me impeça de evoluir.

Acompanhando a decida da rua, eu reparo em detalhes que me fazem querer escrever

Ontem eu estava triste, mas queria lapidar alguns pensamentos

Eis que decidi dedicar meu tempo para a belíssima Lua

Depois, da caneta eu dei um descanso,

Me sentei em um canto pouco especial,

E comecei a pensar quantos foram os enganos que cometi esse ano,

E quantos foram os erros propositais

Às vezes isso me deixa louco, não aceitar que não pude ajudar os outros

Há quem diga para eu parar de falar assim, parar de fingir de santo

Mas eu gosto de ajudar os outros, pronto

Mas como um palhaço, sempre quando o sorriso se vai,

Passo a residir na solidão

É sempre assim, já decorei do início ao fim

E me arrependo de coisas que fiz, e outras que deixei de fazer

Não acredito em viver uma vida sem arrependimentos,

Gostaria de poder reviver alguns momentos, que jamais irei esquecer.