PAREIDOLIA ( Do livro "poemas urbanos e outros planos" )
Cidade dos mundos ecléticos
Nos cabos e fios elétricos
Pareidolia inexistente
Na noite, os postes da rua
Inibem os raios da lua
E cegam o peito da gente
Cidade das poucas flores
Outrora inspiravam amores
Hoje buquet de cinismo
Desagrada o homem urbano
Apressado, desumano
O teu policromatismo
O canário, com tristeza
Distante da natureza
É tomado pelo espanto
Mesmo sendo do império
Desagrada o homem sério
Que acorda com o seu canto
Nada dizem teus letreiros
Escondem sim, os verdadeiros
Momentos ideais
E assim, fatalidade
Cegaste-me cidade
Com teus brilhos capitais.