Andarilho
Virei presa nesta selva de pedra
Ando nas sombras dos prédios
Me escondo deitado, debaixo de cobertas nas calçadas
Me camuflo de sujeita que gruda em minha pele dia após dia
Apontado e julgado por estranhos
Sou uma presa humana...
Sou caçado sem piedade
Morto pelo simples desejo de matar
Me escondo de mim mesmo para tentar sobreviver do desejo de um suicídio
Vou caminhando descalço enquanto meus pés ainda resistem
Moscas e um cão são os serem que me cercam
Esquecendo pouco a pouco sobre oque é amor
Não existo ou sou apenas estatística quando visto pelo olhar político que me ignora
Se eu pudesse escreveria uma poesia
Uma súplica ao ser humano
Um pedido de um olhar profundo
Antes deu deixar apenas meus restos mortais neste mundo
Antes de me libertar deste infindável sofrimento
Queria deixar escrito que todo ser tem sentimentos.