Tempo

(Fase I - Agonia)

Tempo, tempo, tempo,

Como é o tempo por dentro?

Quando não existia o tempo,

Como se media o tempo?

Quanto durou o advento

Da criação do tempo.

Que maldito pensamento

Que me estraçalha por dentro

Onde o tempo eu fui buscar.

Mas hoje estou sem tempo

Fluiu como vento

Difícil de explicar.

(Fase II – Agonia Profunda)

E Buscando profundamente

Uma explicação concreta,

Universal e direta

Quase fundi minha mente.

Insanidade e loucura

Na beira do precipício

Caminho para o hospício

Nessa incursão à escura.

Território de introspecção,

Gélido e solitário

Atraente e temerário

Nos limites da razão.

Compulsão e curiosidade,

Mergulhei no tempo

Foi além da minha vontade.

Senti um esmagamento,

Uma dor surreal

Num único momento

Desintegração material.

Silêncio...

(Fase III – Silêncio)

Um silêncio ensurdecedor,

Vazio constante

Tudo num instante

Amedrontador!

Sinto o pulso da minh’ alma

Que me equilibra, me acalma.

Sem massa, nem gravidade,

Nenhuma propriedade

Da matéria já desvendada.

No meio da escuridão

Eu ganho outra visão,

Vejo o tudo e o nada.

Simultaneamente,

A morte da árvore

E o germinar da semente.

O zero absoluto

O nascimento e o luto,

E o calor fundamental.

Da explosão geradora

Do Universo e do Inverso,

Vejo a força criadora.

Vejo o bem e o mal.

Akuarius K
Enviado por Akuarius K em 11/06/2017
Reeditado em 29/06/2017
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