Lar LXIII
Minha linda.
Meu mar para navegar.
E eu que nem sei nadar
acabo sempre me afogando em você.
Talvez esse seja o plano:
morrer para você me ressuscitar .
Eu vou mar adentro
sem medo de errar.
Você é o meu oceano
e eu não sei como medir
e nem mesmo como descobrir os mistérios do seu mar,
mas vivo me encantando com o céu azul do seu olhar.
Eu já fui um farol,
mas agora me encontro submerso
e o que sinto é o inverso da dor, mesmo sentindo o doer.
É submerso que consigo correr para você.
E eu olho para as estrelas do seu céu,
me deixo levar nas suas tempestades.
Eu sou um pontinho no seu mar.
eu sou um papelzinho que é levado pelo seu ar.
E eu escreveria livros ao contemplar o seu mar
e mesmo você distante
eu aprecio seu horizonte
porque eu vi seu sorriso nascer como o sol ao amanhecer.
E eu venho me alimentando de você.
Onde me lava, me seca, me envolve,
e quando você some
eu lembro de tudo que já vi sem merecer.
Eu sou um navegante sem autorização prévia,
mas depois que conheci o mar
eu não quero voltar para cidade
eu vivo meio não me importando se vou perder ou ganhar.
Vivo tomando banho de mar
para deixar suas marcas em mim
para quando você não mais voltar
eu poder para sempre me recordar.