Lar LXIII

Minha linda.

Meu mar para navegar.

E eu que nem sei nadar

acabo sempre me afogando em você.

Talvez esse seja o plano:

morrer para você me ressuscitar .

Eu vou mar adentro

sem medo de errar.

Você é o meu oceano

e eu não sei como medir

e nem mesmo como descobrir os mistérios do seu mar,

mas vivo me encantando com o céu azul do seu olhar.

Eu já fui um farol,

mas agora me encontro submerso

e o que sinto é o inverso da dor, mesmo sentindo o doer.

É submerso que consigo correr para você.

E eu olho para as estrelas do seu céu,

me deixo levar nas suas tempestades.

Eu sou um pontinho no seu mar.

eu sou um papelzinho que é levado pelo seu ar.

E eu escreveria livros ao contemplar o seu mar

e mesmo você distante

eu aprecio seu horizonte

porque eu vi seu sorriso nascer como o sol ao amanhecer.

E eu venho me alimentando de você.

Onde me lava, me seca, me envolve,

e quando você some

eu lembro de tudo que já vi sem merecer.

Eu sou um navegante sem autorização prévia,

mas depois que conheci o mar

eu não quero voltar para cidade

eu vivo meio não me importando se vou perder ou ganhar.

Vivo tomando banho de mar

para deixar suas marcas em mim

para quando você não mais voltar

eu poder para sempre me recordar.

Jardim do Rafa
Enviado por Jardim do Rafa em 06/07/2017
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